É verão, e aliado às altas temperaturas existem também as chuvas que estão bastante intensas no primeiro semestre do ano em todo o país. Essa é a receita perfeita para a procriação do mosquito Aedes aegypti, e os vírus que ele transmite: dengue, Chikungunya e Zika.

 

A situação não tem sido fácil tanto do ponto de vista operacional de controle do vetor, quanto das equipes de atenção nas unidades de saúde, e muito pior da população que está cada vez mais adoecida e ficando com sequelas dessas doenças, em especial da Chikungunya que deixa dores muito fortes nas articulações por longos períodos. Os casos de dengue e Chikungunya estão crescendo rapidamente, conforme avança a estação chuvosa no país e a proliferação do vetor. É preocupante também o aumento no número de óbitos por dengue, os quais em 2022 totalizaram 1.016.

 

O Ministério da Saúde acompanha esses avanços com muita preocupação. Inclusive instalou o Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para atuar no controle, redução e apoio aos estados e municípios a todos os tipos da doença — dengue, Chikungunya e Zika — transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

 

Em todo o país foram registrados 476.106 casos de dengue, dos quais 126 evoluíram para óbitos e outros 4.538 casos foram confirmados como graves. Dos 5.568 municípios brasileiros, já são 4.046 ou 73% dos municípios com registros da infecção somente esse ano.

 

Já para a Chikungunya, são 58.895 casos, os quais sete evoluíram para óbitos. Existem ainda outros 26 episódios de morte em investigação. Em relação ao mesmo período do ano passado houve um crescimento de 77%. Foram totalizados 1.591 municípios (28% do total) que apresentaram casos da doença.

 

De acordo com o Ministério da Saúde, até 31/03/2023, os estados da região Centro-Oeste as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti têm apresentado o maior número de casos e mortes, seguido pela região Sudeste. A dengue tem sido mais incidente no Mato Grosso do Sul, em Minas Gerais e Espírito Santo, todos com >500 casos por 100 mil habitantes. E a Chikungunya mais incidente no Tocantins, região Norte do país, com >200 casos para cada 100 mil habitantes.

 

A dengue segue em franca expansão pelos estados do sul do Brasil. Isso tem provocado impactos muito severos na rede atendimento de saúde. O estado de Santa Catarina decretou situação de emergência em saúde pública, visto que as unidades de saúde estão com alta ocupação de leitos devido às internações por dengue e das doenças respiratórias, estas também muito comuns nesse período.

 

O que fazer para conter a dengue, a Chikungunya e a Zika?

 

Educação em Saúde e Mobilização Social: produzir e executar campanhas para esclarecimento da população sobre o manejo adequado de vetores, obter o apoio e engajamento social nas ações de promoção a saúde;

Ampliação e fortalecimento dos serviços de vigilância entomológica, vigilância de resistência aos inseticidas e controle de vetores;

Uso racional de inseticidas: utilizar produtos devidamente testados, respeitando as concentrações, diluições, equipamentos adequados, com base em indicadores entomo-epidemiológicos;

Implementação de outras medidas recomendadas no Manejo Integrado de Mosquitos: eliminação, tratamento e proteção e criadouros, uso de biolarvicidas, técnicas de genéticas, estímulo à proteção das pessoas com telas em residências e uso de repelentes;

Integrar os serviços de vigilância entomológica com as ações nos comitês e órgãos gestores de crises diante de catástrofes naturais e mudanças climáticas;

Desenvolver e melhorar as medidas legais para definir as responsabilidades, a obrigatoriedade de ações de controle e prevenção, e punições diante do não cumprimento nos termos de cada lei.

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