Primeiro, todos os produtos registrados para combater escorpiões já foram testados e comprovados quanto à sua eficácia contra escorpiões.

Analisando 10 produtos registrados (Bifentrine 200 SC-Interfina, Temimax Lambda 10.6-Citromax, Scream 4-Insetimax, Tenopa, Demand, Trimax SC-Insetimax, Ficam, Temprid, Bifentol e Deltek) nenhum deles é Concentrado Emulsionável todos são Pó Molhável, Suspensão Concentrada ou Micro Encapsulado e seriam usados na pulverização residual.

E há uma razão para isto, é que a formulação Concentrado Emulsionável é muito desalojante e isto é o que não queremos. Queremos é que a formulação permaneça no ambiente e que os escorpiões não pressintam sua presença e assim se contaminem principalmente quando estão parados.

Cabe lembrar que testes feitos com T. serrulatus com 110 horas de observação, observou-se que durante o experimento passaram 79,22 horas imóveis, ou seja, em contato direto com o solo.

Inseticidas usados na formulação pó molhável, suspensão concentrada ou microencapsulado tem a vantagem de permanecerem aderidos ao corpo do escorpião liberando lentamente seu ativo que penetrará pelas partes não esclerotizadas podendo ainda ser ingerido no ato de limpeza.

Assim insetos que também estiverem contaminados com estas formulações, mas ainda vivos, ajudarão na intoxicação dos escorpiões uma vez que os escorpiões só comem insetos vivos.

Vamos nos lembrar que eles passam 3,17 horas das 110 horas de observação se alimentando e 4,22 horas se limpando o que acabam ingerindo a formulação aderida ao corpo.

Na categoria limpeza, foram observados os mesmos atos comportamentais (passar pinça nas quelíceras, passar télson nas quelíceras e limpar-se com o segundo par de pernas), relacionando o último ato comportamental com a limpeza de pectenes, essencial aos escorpiões.

Ou seja, se o animal estiver contaminado com as formulações ao se limpar ele vai ingerir o inseticida o que ocasionará sua morte.

 

Resumão sobre o assunto

 

As formulações mais adequadas a serem usadas neste projeto são Suspensão Concentrada, Pó Molhável e Microencapsulado, isto por terem pouca percepção ambiental e maior poder residual.

Neste sentido o que tem maior residualidade é o Microencapsulado, seguido pelo Pó Molhável e o de menor a Suspensão Concentrada.

No combate usando inseticida na forma de residual quando o escorpião se contamina?

  1. Quando está parado com seu corpo encostado no solo
  2. Realizando a limpeza do corpo
  3. Durante as 5 mudas que realiza após abandonar o dorso da mãe período em que seu corpo não está revestido de quitina, este processo pode durar poucas horas até que a quitina se torne endurecida em contato com o ar
  4. Ao comer insetos ainda vivos, mas contaminados com inseticidas nestas formulações
  5. Entrada do inseticida pelas partes não quitinizadas após a formulação ficar aderida ao seu corpo

Uma outra forma de se realizar o combate químico é com aplicação espacial. Neste caso temos as opções de termonebulização, UBV e atomização.

Esta técnica de desinsetização leva em conta a entrada do inseticida pelo sistema respiratório, especificamente os estigmas ou espiráculos.

Esta técnica chamada de espacial tem por finalidade não deixar residual, mas atuar nos insetos através de inalação destas através dos espiráculos e isto ocorre mesmo tendo fechado os espiráculos pois leva um tempo para isto acontecer.

Na técnica de UBV e atomização podemos usar as mesmas formulações ditas acima uma vez que estamos falando de moléculas na ordem de 5 µm (PM), 12 µm (ME) e 9 µm (SC).

Isto porque nos equipamentos de UBV eles quebram a calda em gotas de 25 a 50 µm e nos atomizadores 50 a 100 µm, o que significa que se usarmos as formulações acima designadas com o respectivo tamanho de suas partículas com o ativo serão muito menores do que o tamanho de gotas geradas por estes equipamentos.

Já no fog teríamos que usar uma formulação concentrado emulsionável o que não seria problema porque aqui a ideia não é ficar no solo o que causaria dispersão, mas sim, entrar pelos espiráculos e isto é muito rápido.

A pulverização espacial seria muito eficaz nos filhotes que fizeram a muda e nos adultos que estão fazendo ecdise porque é um momento em que ainda não tem a quitina formada e com isto acabam absorvendo o inseticida através do tegumento ainda não quitinizado.

Quando o controle químico for utilizado de forma complementar, deverá ser feito por Técnicos Capacitados de Empresas Especializadas, devidamente registradas na Vigilância Sanitária e Ambiental, utilizando-se de produtos Registrados na ANVISA.

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